OS GRANDES FILMES, ATORES, ATRIZES e DIRETORES DO SÉCULO XX.
OS TEXTOS SÃO EDITADOS DE LIVROS E REVISTAS SOBRE CINEMA. ESTE BLOG NÃO VISA LUCRO. A INTENÇÃO É SER UMA FONTE DE DADOS DE QUALIDADE SOBRE FILMES. POR FAVOR, NOTIFIQUE SE ALGUMA DAS SEQUÊNCIAS OU TRAILERS NÃO ESTIVER MAIS DISPONÍVEL.
A epopéia de Cristóvão Colombo (Gérard Depardieu) até a chegada ao Novo Mundo e o consequente convívio com os indígenas.
Lançado em meio as comemorações pelos quinhentos anos do descobrimento da América, este filme do diretor Ridley Scott consegue caracterizar com precisão o idealismo de um homem em confronto com a intolerância de sua época.
Há cenas belíssimas e ótima fotografia de Adrian Biddle. Depardieu e Sigourney Weaver estão ótimos nos papéis de Colombo e da rainha Isabel.
O Rio de Janeiro na visão de cinco meninos de rua negros e pobres, que vendem amendoim em cinco pontos da cidade, contrastando-se com a riqueza de parte dos habitantes.
Um dos primeiros filmes brasileiros rodado inteiramente em locações, precursor do Cinema Novo. Dirigido com competência por Nelson Pereira dos Santos, ao modo do neo-realismo italiano.
O filme foi censurado pelos militares, que o consideraram uma grande mentira. Segundo o censor e chefe de polícia da época, "a média da temperatura do Rio nunca passou dos 39,6º C".
A vida de um casal, a advogada Marianne (Liv Ullmann) e o pesquisador Johann - os encontros e desencontros de um casamento.
Uma das mais contundentes análises feitas pelo cinema sobre o relacionamento conjugal. Na verdade, uma série de seis episódios realizados para a televisão sueca, posteriormente editados pelo diretor Ingmar Bergman para a tela grande.
É um apaixonante e honesto estudo sobre um casamento em desintegração e o relacionamento que se segue. Auxiliado por dois atores extraordinários, Bergman logrou um dos pontos mais altos de sua carreira.
O multimilionário Jean-Marc Clement (Yves Montand) descobre que vai ser satirizado em um musical. Resolve ir ao teatro para ver os ensaios e lá conhece a atriz Amanda Dell (Marilyn Monroe). O diretor da produção acredita que Jean-Marc é um ator de verdade e resolve selecioná-lo para representar a si mesmo. Ele aceita o papel para ficar perto da atriz e esta conquista vai mudar a sua vida.
Comédia sofisticada, gostosa de ver e lembrar; belo exemplo da versatilidade do diretor George Cukor. Penúltimo trabalho de Marilyn Monroe, que, apesar de aqui não estar coma mesma vivacidade exibida em Os homens preferem as loiras e Como agarrar um milionário, entra em cena maravilhosa cantando My heart Belongs to daddy, de Cole Porter.
Foi durante as filmagens que ela iniciou um tórrido caso com Yves Montand (apesar de ele ter ido a Hollywood em companhia da sua mulher, Simonet Signoret). Foi o primeiro filme americano de Montand, em papel anteriormente recusado por Gregory Peck e Rock Hudson.
Durante uma missão de rotina no espaço, uma nave americana desaparece misteriosamente da sua órbita. Os americanos suspeitam dos soviéticos e pensam em uma retaliação. Os ingleses acreditam na possibilidade da nave ter pousado perto do Mar do Japão.
Assim, 007 (Sean Connery) vai investigar o caso, mas quando os soviéticos perdem uma espaçonave nas mesmas circunstâncias, Bond tem poucos dias para resolver esta missão e evitar a Terceira Guerra Mundial.
O superespião 007 faz de tudo neste quinto filme da série: pilota helicópteros, demonstra notáveis conhecimentos sobre a cultura nipônica, ama duas belas japonesas, entra numa escola de ninjas e ainda faz piadinhas à moda inglesa.
Curiosidade: este é o primeiro filme da série em que aparece o rosto de Ernest Stavro Blofeld, arquiinimigo de James Bond, interpretado aqui por Donald Pleasence.
Empresário de classe média alta entra em crise emocional e financeira ao preparar o casamento da filha.
Refilmagem do clássico de 1950 ( dirigido por Vincent Minelli), com mais uma performance carismática de Steve Martin. Mas quem rouba a cena é Martin Short, vivendo um decorador efeminado.
Mesclando hilariantes momentos de humor e passagens sentimentais, o filme faturou alto nas bilheterias americanas e é entretenimento de primeira para toda a família. Teve uma continuação em 1995.
A paixão de um vagabundo por uma pobre florista cega, que acredita que ele é um milionário, o motiva a tentar conseguir o dinheiro necessário da cirurgia para restaurar sua visão.
Se somente um dos filmes de Chaplin pudesse ser preservado, o que mais se aproximaria de representar todas as suas facetas de gênio seria Luzes da cidade. Ele inclui o bastão do palhaço, o patético, a pantomima, a hábil coordenação motora, o melodrama, a maldade, a graça,e , logicamente, o Adorável vagabundo - um personagem que certa vez foi reconhecido como a mais famosa imagem sobre a terra.
Quando o realizou, três anos após o início da nova era do som, Chaplin estava consciente de que Luzes da cidade seria seu último filme mudo; chegou a considerar a alternativa de realizá-lo falado, mas se decidiu contra e, muito embora tenha uma completa partitura musical e efeitos sonoros, o filme não tem qualquer diálogo. Cinco anos depois quando fez Tempos modernos, Chaplin permitiu diálogos, mas mesmo assim, o Vagabundo permaneceu em silêncio, exceto por alguma zombaria.
Há uma lógica perfeita nisso. Falar não era a forma de expressão do Vagabundo. Na maioria dos filmes mudos, há uma ilusão de que os personagens conversam, mesmo que não possamos ouvi-los; Os personagens de Buster Keaton, por exemplo, são claramente comunicativos. Mas o Vagabundo é um mímico até o fundo da sua alma, alguém para quem a expressão corporal é a forma que encontrou para falar.
Funcionário de cartório na Sicília cansa de esperar a visita dos filhos e viaja de trem para reencontrá-los em Nápoles, Roma , Milão, Florença e Turim. Esperava deles grandes feitos, mas a realidade é outra.
Este filme do diretor Giuseppe Tornatore é uma viagem às ilusões e à decadência, inspirada no neo-realismo italiano, lembrando filmes como Umberto D e Ladrões de bicicleta, de Vittorio De Sica.
Mas a narrativa é moderna, a interpretação de Marcello Mastroianni impecável e a trilha sonora de Ennio Morricone, notável.
Freiras católicas em um convento isolado no Himalaia enfrentam vários problemas. A chegada de um homem faz aflorar a sensualidade adormecida de uma delas.
Extraordinária realização dos roteiristas-produtores-diretores ingleses Michael Powell e Emeric Pressburger (ambos fizeram Sapatinhos Vermelhos, outro grande filme).
Narrativa sensível e equilibrada, com grandes desempenhos de Deborah Kerr e Jean Simmons, em começo de carreira. Oscar de cenografia e de fotografia.
Durante uma reportagem em uma usina nuclear na Califórnia, Kimberly Wells (Jane Fonda), uma repórter, vê algo muito irregular e Richard Adams (Michael Douglas), seu cinegrafista, filma discretamente o "incidente". No entanto, devido a pressões, o filme não passa no noticiário. Fica claro que existe um esquema para tentar encobrir o acontecido, pois se o caso viesse à tona a usina seria fechada até uma nova vistoria ser feita, o que significaria um prejuízo de vários milhões de dólares.
Kimberly e Richard desejam descobrir a verdade e recebem uma grande ajuda de Jack Godell (Jack Lemmon), um engenheiro da usina, que gradativamente toma consciência da gravidade da situação.
Narrativa envolvente, à maneira de filme policial, com certa dose de premonição. Depois de lançado o filme, deu-se o vazamento radiativo na usina Three Miles Island, nos EUA. Prêmio de melhor ator (Lemmon) no Festival de Cannes.
Apesar de linda, a manicure Carol Ledoux (Catherine Deneuve) tem problemas sérios para se relacionar com os homens. Sozinha em casa após viagem de duas semanas da irmã, ela vai enlouquecendo.
O primeiro filme do diretor Roman Polanski em inglês permanece como sua obra mais assustadora e desconcertante não apenas pela evocação do pânico sexual, mas também pelo emprego magistral do som para fazer com que a imaginação da platéia siga em diferentes direções.
Também é o mais expressionista de seus longas em preto-e-branco do início de carreira, utilizando grandes angulares que dão uma visão cada vez mais ampla e profundidade focal, além de outras estratégias visuais, tudo para criar estados subjetivos da mente em que sonhos, imaginação e a realidade cotidiana se misturam. Um dos resultados de tal estilo expressionista é o fato de que o apartamento convencional onde se passa a maior parte da ação aos poucos assume o jeito e a forma de uma consciência torturada.
Como pesadelo subjetivo, Repulsa ao sexo é uma atordoante demonstração de eficiência cinematográfica. Montado com sustos bem temperados e um sentido de horror que se desenvolve gradualmente, esse thriller se tornou uma espécie de matriz para as subsequentes incursões de Polanski no gênero.
Ao lado de outras pessoas, funcionário público e sua família vivem em escola desativada. Mas surge a oportunidade de morar numa casa no cemitério.
Como boa parte das comédias italianas feitas no pós-guerra, esta também aborda questões sociais. No caso, a carência habitacional em Roma. Mas faz isso sem diálogo discursivo, apoiada apenas nas contínuas confusões. Estas são mais dinâmicas na sequência da mansão.
Só algumas gags envelheceram e hoje soam ingênuas. O mesmo se pode dizer das micagens do popular Totó (1897-1967). Mas o filme ainda diverte.
Inglês conhece americana durante casamento de amigo, apaixona-se, mas só a revê em outros eventos sociais.
Grande sucesso de bilheteria em 94, foi uma grata surpresa. O final é previsível e a idéia é simples (a ação se transcorre apenas durante as reuniões do título), mas o conjunto esbanja simpatia, tanto pelo roteiro inteligente de Richard Curtis como pela direção sensível de Mike Newell.
Hugh Grant, no papel que o catapultou de personagens sisudos em filmes como Lua de Fel e Vestígios do dia a megaestrela de Hollywood, está muito bem no papel do cronicamente atrasado Charles, que se apaixona por Carrie (Andie MacDowell) e então passa o resto do filme tentando desajeitadamente conquistar seu amor.
Nesse meio tempo, o olhar bem-humorado do filme sobre a classe média alta inglesa, arrumada em chapéus e vestidos elegantes, exibe todos os pesadelos dos casamentos (o padre chato, o constrangimento de sentar-se à mesa com ex-namoradas).
A inexpressiva MacDowell foi mal escolhida como o alvo romântico (talvez para que os produtores ingleses pudessem ter um nome de Hollywood no filme). No entanto, ela sensatamente cede a vez ao maravilhoso elenco de personagens secundários, incluindo Simon Callow, John Hannah e Kristin Scott Thomas, que dão a Quatro casamentos e um funeral seus momentos mais charmosos e engraçados.
Acidentalmente, mosca entra em experiência de cientista (Jeff Goldblum) ; este percebe que as células da mosca passaram para seu corpo, aos poucos transformando-o em cópia humana do inseto.
Versão do clássico de 58 ( A mosca da cabeça branca, de Kurt Neumann), com efeitos especiais aperfeiçoados após três décadas de progresso do cinema.
O diretor Davis Cronenberg nunca evitou impacto vísceral em sua carreira e, à medida que Jeff Goldblum passa por sua transformação de humano para híbrido de homem e mosca, o filme exibe um crescente incessante de efeitos especiais cada vez mais nojentos. Gosma escorre de cada orifício, partes do corpo se atrofiam e caem e são substituídas por apêndices misteriosos.
Mas embora a transformação soe (e seja) repulsiva, Cronenberg e seu habilidoso elenco de alguma forma conseguem imbuí-la de emoção real. Geena Davis ( que faz o papel de namorada de Goldblum) luta contra a transformação nojenta para enxergar o homem que ela conheceu, enquanto Goldblum luta para manter sua humanidade à medida que seu livre-arbítrio é subjugado pelo instinto.
Em maio de 1943, durante a II Guerra Mundial, a tripulação do bombardeiro quadrimotor B-17, cognominado Memphis Belle, voa junto com outros aviões para um arriscado ataque diurno a Bremen, em sua 25º e última missão.
Emocionante e sem ambiguidades, é uma história voltada mais para a exaltação dos bons sentimentos do que para o espetáculo da guerra. neste sentido, retoma certo cinema americano dos anos 30 e 40, mas sem o ufanismo da época.
Não há demonstrações de heroísmo, substituído por emoções comuns e sinceras. A cena em que Harry Connick Jr., estreando como ator, canta Danny Boy, foi feita para emocionar.