sábado, 7 de abril de 2012

OS SETE SAMURAIS ( 1954 ) - SHICHININ NO SAMURAI


No século XVI, veterano samurai Kombei lidera samurais contratados para defender, apenas a troco de comida, aldeia constantemente saqueada por bandidos.


Este filme, de 1954, de Akira Kurosawa, não é somente um grande filme no seu próprio domínio, mas a fonte de um gênio que fluiu durante o resto do século XX. O crítico Michael Jeck sugere que este foi o primeiro filme no qual é reunida uma equipe para levar adiante uma missão - uma idéia que deu origem aos seus diretos remakes de Hollywood, Sete homens e um destino, assim como Os canhões de Navarone, Os doze condenados e incontáveis filmes sobre guerra, assaltos e malandragens.


Desde que a aventura de samurai de Kurosawa, Yojimbo, de 1961, foi refeita como Por um punhado de dólares, e essencialmente criou o western spaghetti, e desde que A fortaleza escondida, de 1958, inspirou George Lucas na série Guerra nas estrelas, pode se ter uma idéia da importância de Kurosawa para a história do cinema.


O objetivo era fazer um filme de samurai que estivesse ancorado na antiga cultura japonesa, mas também defendesse um humanismo flexível no lugar das rígidas tradições. Uma das verdades de Os sete samurais é que os samurais e os moradores das aldeias que os contratam pertencem a castas diferentes e que jamais devem se misturar.Na verdade, nós aprendemos que estes aldeões haviam sido hostis com os samurais - e um deles, até hoje, tem um medo histérico de que um samurai fuja com sua filha. Todavia, os bandidos representam uma ameaça maior do que eles, e então os samurais são contratados, apreciados e ofendidos no mesmo diapasão.


Kurosawa é considerado como o mais ocidental entre os grandes diretores japoneses ( ocidental demais, dizem alguns críticos japoneses, torcendo o nariz ). Os sete samurais representa uma grande divisão em sua obra. A maioria dos seus filmes anteriores endossa as virtudes japonesas do trabalho em equipe, da adequação, da concordância, do conformismo. Todos os seus filmes posteriores tratam de desajustados, dissidentes, rebeldes.


Muitos personagens de Os sete samurais acabam morrendo; mas a violência e a ação não são o mais importante. O filme é muito sobre obrigações e preceitos sociais. Os samurais, no final, perderam quatro dos seus sete, mas não há muitas lamentações, pois esta é sua sina. Os aldeões não querem muito que os samurais continuem por ali quando os bandidos tiverem partido, pois homens armados representam uma ameaça à ordem. Esta é a natureza da sociedade. E enquanto os três sobreviventes examinam as covas dos seus camaradas, os camponeses abaixo, distraidos, voltam toda a sua atenção para o alegre ritual da plantação do arroz.

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