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sábado, 2 de fevereiro de 2013

A BELA E A FERA (1946) - LA BELLE ET LA BÊTE


Jean Cocteau filmou este filme em 1946, portanto bem antes do desenho da Disney de 1991 e muito antes que a Fera começasse a distribuir autógrafos em Orlando. Trata-se de um dos filmes mais mágicos já realizados. Antes dos dias dos efeitos especiais de computador, a fantasia sobrevive aqui com tomadas cheias de truques e estonteantes efeitos, criando a Fera como um homem solitário, confundido com um animal. Cocteau, um poeta surrealista, nas estava fazendo um "filme infantil", mas sim adaptando um clássico conto francês.


Aqueles que estiverem familiarizados com o desenho de 1991 reconhecerão alguns elementos da história, mas certamente não o seu espírito. Cocteau lançara mão de um cenário fantasmagórico e com obscuros símbolos freudianos, a fim de instigar emoções que fervilham no subconsciente dos seus personagens. Pensem a respeito da extraordinária tomada na qual Bela aguarda, na mesa de jantar do castelo, a primeira aparição da Fera. Ele aparece por trás dela  e se aproxima silenciosamente. Ela percebe a sua presença e começa a reagir de uma forma que alguns espectadores descrevem como medo, muito embora lembre claramente um orgasmo.


A moradia da Fera é uma das mais estranhas apresentadas num filme, um cruzamento de Xanadu com Salvador Dalí. Seu hall de entrada está coberto com candelabros agarrados por braços humanos que saem por entre as paredes. As estátuas estão vivas e seus olhos acompanham os movimentos dos personagens. As passagens e as portas se abrem sozinhas. assim que Bela entra nos domínios da Fera, ela parece flutuar, sonhadoramente, alguns centímetros acima do solo. Mais tarde, seus pés parecem não se mover mais, mas deslizam, como se estivessem sendo levados por uma força magnética.


Jean Cocteau nunca se intitulou um cineasta. Ele se considerava um poeta; o cinema era uma das muitas formas de arte que abraçou no decorrer de sua carreira. No entanto, mesmo que Cocteau se visse como um poeta em vez de um "mero" cineasta, sua visão brilhante e visionária desta história clássica certamente mostrou que os dois títulos não se excluíam mutuamente.


sábado, 12 de janeiro de 2013

O LOBISOMEM (1941) - THE WOLF MAN


Larry Talbot (Lon Chaney Jr.) retorna a sua terra natal. Lá, ele visita um acampamento de ciganos, acompanhado pela jovem Jenny Williams (Fay Helm). Eles são atacados por um lobo e, durante a luta, Larry recebe uma mordida do animal. A partir daquele momento, ele irá se transformar em lobisomem, em cada noite de lua cheia.


Dirigido por George Waggner e roterizado por Curt Siodmak, este seria o último clássico de terror da Universal Pictures - depois de Drácula (1931), Frankenstein (1931) e A Múmia (1932). O rei da maquiagem Jack Pierce desenvolveu para Chaney uma complexa fantasia de pêlo de iaque que se tornaria modelo de incontáveis máscaras de Halloween. 


Somente na década de 40, o sucesso do filme gerou outros quatro filmes de lobisomem tendo à frente Chaney. Desde então, dezenas de imitações, releituras e paródias se seguiram a ele.


sábado, 17 de novembro de 2012

PACTO DE SANGUE (1944) - DOUBLE INDEMNITY



 Walter Neff (Fred MacMurray), um vendedor de seguros, é seduzido e induzido por Phyllis Dietrickson (Barbara Stanwyck), uma sedutora e manipuladora mulher, a matar seu marido, mas de uma forma que pareça acidente para a polícia e também em condições específicas, que façam o seguro ser pago em dobro.


O quebra-cabeça do diretor Billy Wilder em Pacto de Sangue, o enigma que o mantém sempre atualizado, é o que estes dois seres pensam, verdadeiramente, um sobre o outro. Eles se suportam em meio à rotina da trama de um crime noir, com seus ásperos diálogos e o frio jogo do sexo. Mas eles nunca parecem realmente se amar tanto assim, e também não parecem loucamente interessados em dinheiro. No que, então, estariam interessados?


A história foi escrita em 1930 por James M. Cain. O roteiro que andou rolando por Hollywood, mas que o Hays Office rejeitou por "incitar a platéia ao crime". Em 1944, Wilder imaginou que poderia filmá-lo. Cain não estava disponível, e então Raymond Chandler foi contratado para fazer o roteiro. Chandler, cujo romance Á beira do abismo Wilder amara, apareceu bêbado, com um fétido cachimbo e não sabendo nada a respeito da estrutura de um roteiro, mas sabia como dar uma sórdida reviravolta nos diálogos.


Juntos, Wilder e Chandler eliminaram o complicado fim de jogo de Cain e aprofundaram o relacionamento entre Neff e Keyes (Edward G. Robinson), o gerente de indenizações da companhia de seguros. Eles apresentam o filme em flashbacks, narrados por Neff, que chega em seu escritório tarde da noite, sangrando, e começa a contar tudo num ditafone. A narração em off funcionou tão bem que Wilder utilizou mais uma vez em Crepúsculo dos deuses, de 1950, que foi narrado por um personagem que já havia morrido na primeira vez em que fala. Nenhum problema. Pacto de sangue originalmente terminava com Neff na câmera de gás, mas a cena foi cortada, porque uma cena anterior mostrou-se uma alternativa mais enigmática para fechar o filme.


Pacto de sangue foi um dos primeiros filmes noir. A fotografia de John Seitz ajudou o desenvolvimento do estilo noir de sombras e tomadas agudas, ângulos estranhos e ambientes desolados. É o ambiente certo para a rude atmosfera urbana e para o diálogo criado por Cain, Chandler e outros roteiristas que Edmund Wilson chamava de "os garotos dos quartos dos fundos".


Pacto de sangue tem um dos temas mais conhecidos dos filmes noir, o herói não é um criminoso, mas um homem venal que é desafiado e sucumbe. Nesta história "ambígua", o homem e a mulher se desafiam mutuamente; jamais teriam tomado qualquer atitude isolada. Ambos são atraídos não tanto pelo crime, mas pela excitação de consumá-lo com a cumplicidade de outra pessoa. Amor e dinheiro são meros pretextos.




quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A FELICIDADE NÃO SE COMPRA (1946) - IT'S A WONDERFUL LIFE


Na véspera de Natal, o caridoso George Bailey (o astro James Stewart, de Janela Indiscreta) decide se suicidar por não ter como pagar uma dívida inesperada. Ele é salvo por seu anjo da guarda, que lhe mostra como sua cidade seria diferente se ele não tivesse nascido.


A melhor coisa que podia ter acontecido com A felicidade não se compra, é que ele caiu fora da proteção dos direitos autorais, dentro do obscuro terreno da terra de ninguém do domínio público. Em razão disso, qualquer estação de televisão que obtivesse uma cópia poderia levá-la ao ar, sem custo, tantas vezes quanto quisesse. E isto acabou proporcionando a redescoberta do esquecido filme do diretor Frank Capra e transformando-o em uma tradição do Natal.


Os canais de televisão não comerciais e educativos foram os primeiros a entrar nesta onda, nos primórdios dos anos 70, utilizando a saga do herói da pequena cidade, George Bailey, como uma antiprogramação contra os caros programas das redes durante os feriados. Para a surpresa dos diretores de programas das emissoras, a audiência do filme cresceu a cada ano que passou, e muitas famílias fizeram disso um ritual anual.


O que é mais notável sobre A felicidade não se compra é como ele se mantém há tantos anos; é um desses filmes que não envelhecem e que só melhoram com o tempo. Alguns filmes, mesmo bons, foram feitos para ver somente uma vez. Quando tomamos conhecimento de como terminam, perdem seu mistério e apelo. Outros filmes podem ser vistos por um indefinido número de vezes. Como uma grande música, crescem com a familiaridade. A felicidade não se compra se incluí na segunda categoria. Tanto Capra, o seu diretor, quanto James Stewart, o seu astro, o consideram como seu filme favorito.


Frank Capra nunca pretendeu que A felicidade não se compra fosse classificado como um "filme de natal". Este foi o primeiro filme que realizou após dar baixa no serviço militar na Segunda Guerra Mundial, e por isso queria fazer algo especial - uma celebração das vidas e dos sonhos dos cidadãos comuns da América, que tentavam da melhor forma possível fazer as coisas certas, para si e para seus vizinhos. Depois de se transformar no poeta dos homens comuns de Hollywood na década de 30, com uma série de fábulas populistas (Aconteceu naquela noite, O galante Mr. Deeds, A mulher faz o homem, Do mundo nada se leva), Capra encontrou a idéia para A felicidade não se compra numa história de Philip Van Doren Stern, que estava juntando poeira nas prateleiras do estúdio.


Para Stewart, que também mal acabara de voltar da Segunda Guerra, o filme era sua chance de voltar a trabalhar com Capra, após A mulher faz o homem. O filme, para os padrões de Capra, era sombrio e não convencional, substituindo o otimismo dos seus trabalhos pré-guerra com observações de que as coisas às vezes terminam mal. É um truísmo que os trailers de Hollywood não mostrem o filme como ele é, mas o filme que o estúdio gostaria que fosse feito. O trailer de A felicidade não se compra destaca o ângulo amoroso entre Stewart e Donna Reed, negligencia a mensagem e evita a melancolia - mas o filme não foi um sucesso de bilheteria, e foi esquecido até cair no domínio público e suas cópias começarem a rodar pelo mundo.


Os últimos acontecimentos do filme têm uma força fundamental, quando o bêbado George Bailey cambaleia por uma cidade que gostaria de odiar e que mais tarde visita de novo pelas mãos de seu peculiar anjo da guarda. Stewart revela então um lado que os cinéfilos veriam novamente em filmes como Um corpo que cai, de 1958, de Hitchcock, e o wester de Anthony Mann O preço de um homem, de 1953. Se ele era, como escreveu Andrew Sarris, "o mais completo ator-personalidade do cinema americano", este foi o filme que representou sua virada em busca da perfeição, revelando um lado escuro que fora quase impossível de perceber antes da guerra. O alegre e desengonçado condutor de comédias de antes da guerra, como Núpcias de escândalo e A loja da esquina (ambos de 1940), agora não fazia a barba, era amargo, andava de bar em bar e contemplava o suicídio.


Stewart continuou a representar nos anos seguintes, abandonando o seu otimismo pré-guerra, para interpretar assassinos e caçadores de animais nocivos, obcecados sexuais e moralmente falidos. Este foi um movimento perspicaz em sua carreira, que lhe deu fôlego e ligou-o a diretores - especialmente Hitchcock, Mann e John Ford - que estavam entre os mais criativos em disponibilidade. 


A abordagem de capra, aqui como em todo o lugar, é depender da parábola subjacente para prover o âmbito do filme. Nós podemos divisar, mesmo nos momentos mais tristes, que estamos numa jornada de esperança. Capra não era um cineasta complexo, e uma das razões para seu declínio pós-guerra talvez se deva à sua dificuldade em se ajustar à forma como a guerra abalou os princípios fundamentais do otimismo norte-americano. Em A felicidade não se compra, de toda forma, a tensão entre o lado escuro de Stewart e as esperanças de Capra é que dá vida ao filme. 


A felicidade não se compra pouco representa na carreira pós-guerra de Capra, que com certeza nunca mais recuperou o mágico sucesso que teve nos anos 30. Filmes mais contemporâneo, como Sua esposa e o mundo, de 1948, e Dama por um dia, de 1961, têm o toque de Capra, mas não a sua magia, e o diretor não produziu mais qualquer filme após 1961. Mas continuou sendo uma figura pública ativa e um cidadão de Hollywood até que um ataque cardíaco , no final dos anos 80, o deixou inativo; morreu em 1991. Numa oficina de filmes com estudantes nos anos 70, ele foi questionado sobre se ainda existia um caminho para fazer filmes sobre os tipos de valores e ideais que impregnavam os dele. "Bem, se não houver", respondeu ele, "nós devemos desistir de tudo."







segunda-feira, 12 de novembro de 2012

UMA AVENTURA NA MARTINICA (1944) - TO HAVE AND HAVE NOT


O capitão de um pequeno barco (Humphrey Bogart) enfrenta várias complicações após ajudar um fugitivo da Resistência Francesa a fugir dos nazistas, em plena Segunda Guerra Mundial.


Co-roteirizado por dois ganhadores do Prêmio Nobel, Ernest Hemingway e William Faulkner, a partir do livro homônimo de Hemingway, Uma aventura na Martinica foi praticamente improvisado pelo diretor Howard Hawks e por seu elenco incomparável.


Passado na Martinica durante o regime de Vichy - e não em Cuba, como no romance - Uma aventura na Martinica traz novamente Bogart como um expatriado ianque que se envolve com as Forças Francesas Livres e acaba se comprometendo com a causa aliada (algo natural após o sucesso de Casablanca). A eletricidade genuína  que faísca entre Bogart e a estreante Lauren Bacall - como a garota que entra em sua e assume o controle dela - conduz a um final picante e otimista que deixa o espectador com uma sensação de alegria maior do que a resignação melancólica de Casablanca.


Ao contrário de Rick e Ilsa no filme anterior, que priorizam o bem comum em detrimento do amor, Harry e Slim salvam-se mutuamente do isolacionismo e conseguem manter seu relacionamento porque estão dispostos a trabalhar juntos para vencer a guerra. Hawks não teria paciência com uma mulher que achasse que sua única função era oferecer uma vida doméstica feliz para o herói, de modo que torna a Slim de Bacall tão intrépida e corajosa quanto o Harry de Bogart - não apenas um caso amoroso, mas uma parceira.


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

NARCISO NEGRO (1946) - BLACK NARCISSUS


Freiras católicas em um convento isolado no Himalaia enfrentam vários problemas. A chegada de um homem faz aflorar a sensualidade adormecida de uma delas.


Extraordinária realização dos roteiristas-produtores-diretores ingleses Michael Powell e Emeric Pressburger (ambos fizeram Sapatinhos Vermelhos, outro grande filme).


Narrativa sensível e equilibrada, com grandes desempenhos de Deborah Kerr e Jean Simmons, em começo de carreira. Oscar de cenografia e de fotografia.

domingo, 26 de agosto de 2012

TOTÓ PROCURA CASA (1949) - TOTÓ CERCA CASA


Ao lado de outras pessoas, funcionário público e sua família vivem em escola desativada. Mas surge a oportunidade de morar numa casa no cemitério.


Como boa parte das comédias italianas feitas no pós-guerra, esta também aborda questões sociais. No caso, a carência habitacional em Roma. Mas faz isso sem diálogo discursivo, apoiada apenas nas contínuas confusões. Estas são mais dinâmicas na sequência da mansão.


Só algumas gags envelheceram e hoje soam ingênuas. O mesmo se pode dizer das micagens do popular Totó (1897-1967). Mas o filme ainda diverte.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

HAMLET (1948)


Príncipe dinamarquês finge-se de louco para vingar a morte do pai, que lhe aparece como fantasma, denunciando os assassinos.


Laurence Olivier realizou uma das mais felizes adaptações da obra-prima de Shakespeare, que imortalizou o personagem sonhador e contemplativo levado pela fatalidade à ação violenta em meio a cruéis dúvidas e hesitações.


Reduzindo o texto à metade, Olivier manteve a carga emocional e filosófica usando a câmera com inteligência. Oscar de filme, ator (Olivier), direção de arte e figurinos.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

RASHOMON (1950)


Japão, século XI. Durante uma forte tempestade, um lenhador (Takashi Shimura), um sacerdote (Minoru Chiaki) e um camponês (Kichijiro Ueda) procuram refúgio nas ruínas de pedra do Portão de Rashomon. O sacerdote diz os detalhes de um julgamento que testemunhou, envolvendo o estupro de Masako (Machiko Kyô) e o assassinato do marido dela, Takehiro (Masayuki Mori), um samurai. Em flashback é mostrado o julgamento do bandido Tajomaru (Toshirô Mifune), onde acontecem quatro testemunhos, inclusive de Takehiro através de um médium. Cada um é uma "verdade", que entra em conflito com os outros.


Rashomon atingiu o mundo como um raio. Dirigido por Akira Kurosawa, ainda nos primeiros anos de sua carreira, antes de ele ser saudado como um grande mestre, o filme foi produzido com relutância por um estúdio japonês de pequeno porte e contou com o sério desagrado do chefe do estúdio, que removeu seu nome dos créditos.


Em seguida conquistou o Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza, abrindo de fato as fronteiras do mundo ocidental para o cinema japonês. Conquistou o prêmio da Academia na categoria de melhor filme estrangeiro e foi recorde de bilheteria para um filme legendado nos Estados Unidos.


Pela primeira vez utilizavam-se flashbacks discordantes sobre a ação que estava sendo vista em retrospectiva. Assim se obtinham relatos na primeira pessoa de testemunhas oculares que diferiam radicalmente - um dos quais proveniente do além-túmulo. O filme termina com três assassinos confessos e nenhuma solução.


Desde 1950 essa estratégia de Rashomon foi imitada repetidas vezes; Stuart Galbraith em The Emperor and the wolf, abrangente análise da carreira de Kurosawa e de seu ator favorito, Toshiro Mifune, cita Coragem sob Fogo, mas com certeza também influenciou Os suspeitos, ao nos mostrar flashbacks que contrariam qualquer realidade objetiva. Ao "vermos" os eventos em flashback, assumimos que refletem a verdade. Eles, porém, só refletem um ponto de vista, às vezes mentirosos.


Os filmes inteligentes sabem disso e os menos ambicioso, não. Muitos filmes que utilizam flashback apenas para introduzir informações são preguiçosos. A genialidade de Rashomon é que todos os flashbacks são verdadeiros e falsos ao mesmo tempo. Verdadeiros, enquanto apresentam um retrato acurado daquilo que cada testemunha acha que aconteceu. Falsos porque, como Kurosawa observa em sua autobiografia, "o ser humano é incapaz de ser honesto consigo mesmo. Ninguém consegue falar de si sem embelezar". 

terça-feira, 7 de agosto de 2012

DESENCANTO (1945) - BRIEF ENCOUNTER


Duas pessoas comuns, ambas casadas, encontram-se em estação de trens, apaixonam-se e passam a viver intenso romance.


Pequena obra-prima do cinema romântico, com diálogos admiráveis e situações interligando-se com maestria. A direção de David Lean torna impossível o não envolvimento do espectador com a história, tudo regado à música de Rachmaninoff. Excelente fotografia em preto-e-branco.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O PAI DA NOIVA (1950) - FATHER OF THE BRIDE


No casamento da filha, pai recorda as atribulações que enfrentou por causa do evento.


Comédia clássica habilmente construída por um roteiro rico na análise de comportamentos e pela direção ágil e elegante de Vincente Minnelli (pai de Liza).


Finalista em vários setores do Oscar, tem atuações marcantes de Spencer Tracy (o pai), Joan Bennett (a mãe) e da bela Elizabeth Taylor, então com 18 anos, um ano depois de ter se casado com o milionário Nick Hilton.


Exibido nos cinemas como O papai da noiva, teve uma sequência, O netinho do vovô, do mesmo diretor e com o mesmo elenco. Originou também uma série de TV. Foi refilmado em 1991, com Steve Martin no papel de pai.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

ANA E O REI DO SIÃO (1946) - ANNA AND THE KING OF SIAM


Professora britânica - jovem, bonita, viúva - vai a Tailândia ensinar inglês e etiqueta para o Rei. Lá, ela entra em conflito com o monarca, que se mostra arrogante, mal-humorado e presunçoso. Até que ambos se entendam, muita coisa acontecerá no palácio real.


Baseado no livro de Anna Leonowens, retratando um caso verídico, o filme cativa a atenção desde o primeiro momento. O choque entre as duas personalidades fortes do rei e da professora não demora a acontecer, e tem nuances suficientes para prender o espectador por mais de duas horas.


Rex Harrison, em seu primeiro filme americano, está irrepreensível, e mesmo sem sair do ambiente do palácio, o filme não é teatral nem claustrofóbico. Ganhou o Oscar de fotografia, direção de arte e roteiro.