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sábado, 26 de janeiro de 2013

BLADE RUNNER, O CAÇADOR DE ANDRÓIDES (1982) - BLADE RUNNER


No início do século XXI, uma grande corporação desenvolve um robô que é mais forte e ágil que o ser humano e se equiparando em inteligência. São conhecidos como replicantes e utilizados como escravos na colonização e exploração de outros planetas. Mas, quando um grupo dos robôs mais evoluídos provoca um motim, em uma colônia fora da Terra, este incidente faz os replicantes serem considerados ilegais na Terra, sob pena de morte. A partir de então, policiais de um esquadrão de elite, conhecidos como Blade Runner, têm ordem de atirar para matar em replicantes encontrados na Terra, mas tal ato não é chamado de execução e sim de remoção. Até que, em novembro de 2019, em Los Angeles, quando cinco replicantes chegam à Terra, um ex-Blade Runner chamado Deckard (Harrison Ford) é encarregado de caçá-los.


Escrito em 1968, o livro Do androids dream of eletric sheep?, do autor de ficção científica Philip K. Dick, levou 14 anos para chegar ao cinema, e outra década se passou até que a espantosa verão cinematográfica do diretor Ridley Scott fosse oficialmente reconhecido como uma obra-prima do gênero. O filme de 28 milhões de dólares não foi bem recebido em seu lançamento e se tornou fracasso financeiro.


Há livros inteiros dedicados à história por trás do filme.Foi uma produção difícil em todos os sentidos, com vários casos de ressentimentos no estúdio - Harrison Ford, o ator principal, supostamente não gostava de sua parceira Sean Young, a equipe de produção fez camisetas que expressavam sua irritação com o cronograma penoso de produção e, pior, Harrison Ford e Ridley Scott não se entendiam. Ford pouco comentou sobre o filme após sua estréia e disse apenas que foi o mais difícil que já tinha feito.


O resultado, entretanto, foi um filme fantástico. Merecidamente elogiado pelo desenho de produção espetacular, a visão de Scott de uma Los Angeles em 2019 sombria e iluminada por néon, com suas ruas superpovoadas e chuva ácida contínua, tornou-se paradigmática.  Cheio de simbolismo, Blade Runner gerou muito debate ao longo dos anos: alguns dizem que o filme fala subliminarmente sobre religião, citando exemplos como a cena em que o replicante Roy Batty (Rutger Hauer) fura sua mão com um prego como uma representação da crucificação, e com Tyrell (Joe Turkel), criador dos replicantes, servindo como a figura de Deus, supervisionando todas as suas criações.


É difícil imaginar se o filme teria o mesmo impacto com outro diretor (antes de Scott, Adrian Lyne, Michael Apted e Robert Mulligan foram sondados e Martin Scorsese tinha se interessado pelos direitos do livro em 1969). Para o papel principal, os nomes descartados incluíram Cristopher Walken e até Dustin Hoffman. A mistura de ficção científica no século XXI com os filmes noir de detetive dos anos 40 feita por Scott resultou  em uma distopia ácida, ainda que Ford, no papel do homem enviado para "aposentar" (isto é, executar) os anfróides que retornaram à Terra em busca do seu criador, não tenha gostado de "ficar por perto para servir de foco aos cenários de Ridley", como declarou a um jornalista em 1991. os eventuais conflitos, contudo, funcionaram perfeitamente bem para a trama.


Uma das razões pelas quais Blade Runner tem tantos seguidores como filme cult é a existência de mais de uma versão - a Versão do Diretor tem cenas adicionais e deixa de fora a narração de Ford, bem como o final imposto pelo estúdio. Outra razão é o debate interminável sobre o próprio Deckard ser ou não um replicante. Qualquer que seja a resposta - Scott, ao menos uma vez, já sugeriu que Deckard era de fato um andróide - Blade Runner continua sendo um dos filmes de ficção científica visualmente mais impressionantes já feitos.





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