Num pequeno vilarejo da fronteira holandesa, um misterioso hipnotizador, Dr. Caligari (Krauss), chega acompanhado do sonâmbulo Cesare (Veidit) que, supostamente, estaria adormecido por 23 anos. À noite, Cesare perambula pela cidade, concretizando as previsões funestas do seu mestre, o Dr. Caligari.
O filme diretor Robert Weine é a Pedra angular de uma corrente de cinema fantástico que surgiu na Alemanha na década de 20 e está ligada, de certa forma, ao movimento artístico expressionista. Se grande parte dos filmes produzidos nas primeiras décadas do cinema acompanhou o estilo "janela pelo mundo" dos irmãos Lumière - com histórias ficcionais ou documentais apresentadas de maneira arrebatadora, no intuito de fazer com que os espectadores esqueçam que estão vendo um filme-, Caligari retorna método de Georges Méliès ao apresentar constantemente efeitos estilizados, mágicos e teatrais que exageram ou caricaturam a realidade.
O filme se baseia completamente em recursos teatrais, com a câmera fixa no centro, mostrando os cenários e deixando os atores (especialmente Veidt) encarregados de todo o movimento e impacto.
O filme é uma obra eclética: é ao mesmo tempo um filme de arte para platéias refinadas que apreciam suas inovações e um engenhoso filme de terror. Com uma atmosfera teatral, um cientista louco como vilão e um monstro vestindo malha que rapta mocinhas, O gabinete do Dr. Caligari é um importante precursor do gênero terror, introduzindo imagens, temas, personagens e expressões que se tornaram essenciais para Drácula, de Tod Browning, e Frankenstein de James Whale (ambos de 1931).
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