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sexta-feira, 29 de junho de 2012

GERAÇÃO PROTEUS (1977) - DEMON SEED


Num futuro próximo, cientista cria o mais completo computador, capaz de memorizar a soma total do conhecimento humano; só que a máquina, chamada Proteus 4, rebela-se e decide ter um filho com a bela mulher do cientista.


Intrigante e envolvente história, que fascina e assusta, com Julie Christie num papel difícil e ingrato. O computador perfeito (que fala com a voz do ator Robert Vaughn) está entre as melhores engenhocas da ficção científica de Hollywood.




OS GALHOFEIROS (1930) - ANIMAL CRACKERS


Convidados de honra para um banquete, os irmãos Marx colocam a festa de pernas para o ar, aterrorizando os participantes, e, de quebra, impedem roubo de valioso quadro.


Segundo filme do grupo, em produção adaptada de musical da Broadway, escrito por George F. Kauffman. Há cenas hilariantes e os Marx fazem rir o tempo todo com suas piadas meio surrealistas: Groucho com seu linguajar afiado; Harpo e seus impagáveis números musicais. 


Chico participa da melhor sequência do filme - a do jogo de bridge.


quarta-feira, 27 de junho de 2012

A MÚMIA (1932) - THE MUMMY


Sacerdote egípcio é ressuscitado  3700 anos após sua execução e tenta reviver antiga paixão, cuja alma está no corpo de jovem mulher.


Produção em preto-e-branco da Universal, estúdio que estava então se especializando em filmes de horror, para o qual Boris Karloff (que aqui interpreta o personagem título) havia interpretado, um ano antes,seu famoso Frankenstein.


Primeiro filme de uma longa linhagem das múmias, foi dirigido por Karl Freund, ex-fotógrafo de importantes filmes alemães do cinema mudo. Karloff, maquiado com gesso (o que o faz falar em tom soturno, quase sem abrir a boca), está perfeito, misturando a nobreza de gestos com a impiedade do personagem.


Tudo é implícito, criando clima sufocante que ainda impressiona, levando-se em conta o ano da produção.


UM HOMEM, UMA MULHER (1966) - UN HOMME ET UNE FEMME


O romance de um piloto de corridas (Jean-Louis Trintignant) e uma continuista de cinema (Anouk Aimée), ambos viúvos e com filhos, cuja relação é marcada por lembranças e pela busca de uma segunda chance de felicidade.


Clássico do cinema romântico e grande sucesso de bilheteria, inventivo no uso da fotografia (misturando imagens coloridas e em preto-e-branco) e no roteiro fragmentado, que serviram de inspiração a inúmeras peças publicitárias.


Atenção para o maior destaque dado até então por um filme estrangeiro à música brasileira: o videoclipe (antes que ele fosse "criado" pela TV) de Saravá, canção de Baden Powell e Vinícius de Moraes. Palma de Ouro no Festival de Cannes e Oscar de filme estrangeiro e roteiro original.


Refilmado em 77 como Outro homem, outra mulher, dirigido pelo mesmo diretor, Claude Lelouch, que dirigiu também, em 1986, a sequência Um homem, uma mulher-20 anos depois.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

APOCALYPSE NOW (1979)


Durante a Guerra do Vietnã, um coronel enlouquecido desaparece no Camboja e é procurado por um agente especial, com a missão de matá-lo. Uma odisséia que mostra, de forma muitas vezes surrealista, a devastação e o horror da guerra.


Para produzir Apocalipse Now, o diretor Francis Ford Coppola se inspirou na obra-prima de Joseph Conrad, No coração das trevas, que conta a história de um europeu de nome Kurtz que se embrenhou até o mais profundo ponto do rio Congo e se estabeleceu como um Deus.


O épico de Coppola foi desenvolvido pelo escritor pró-guerra John Millius junto com George Lucas (que originalmente ia dirigir o filme), colega de Coppola na Zoetrope e um liberal antiguerra. Sendo uma adaptação livre do livro de Conrad, a história foi transposta para a guerra então em andamento. Outra inspiração de Coppola foi a Odisséia, de Homero, incitando Coppola, em um momento de leviandade, a chamar seu filme de "A idiocéia".


As dificuldades durante a filmagem tornaram-se lendárias, tema de vários livros e de um documentário de 1991, O apocalipse de um cineasta. A filmagem, prevista para 112 dias nas Filipinas, acabou levando 238 dias. Martin Sheen, então com 36 anos, teve um ataque cardíaco quase fatal nas locações, mas regressou 5 semanas depois. Brando compareceu excessivamente gordo e despreparado, requerendo mais uma adaptação para terminar o filme.


Mas Brando não decepciona. Em 1979, quando o filme foi exibido, a sua contratação foi criticada e contestou-se bastante seu então enorme pagamento de um milhão de dólares, mas é claro que sua escolha foi uma decisão correta, não somente pela sua estatura de ícone, como também pela sua voz, que entra no filme a partir das sombras ou à meia-luz, repetindo as desoladoras palavras de T. S. Eliot em "The Hollow Men". Aquela voz estabelece o tom definitivo do filme.


Apocalipse Now é um dos filmes chave do século XX. Muitos filmes têm a felicidade de conter uma única grande sequência. Apocalipse Now tem uma atrás da outra, conectadas pela jornada rio acima. A melhor é aquela em que os helicópteros atacam um vilarejo, liderados pelo tenente-coronel Kilgore (Robert Duvall), ao som da "Cavalgada das Valquírias", retransmitida por alto-falantes no volume máximo por seus atiradores enquanto arremetiam contra o pátio de uma escola infantil. Duvall recebeu uma indicação para o Oscar por esta performance e pela sua inesquecível fala:"Adoro o cheiro de napalm pela manhã".


domingo, 24 de junho de 2012

JORNADA NAS ESTRELAS 6 - A TERRA DESCONHECIDA (1991) - STAR TREK 6 - THE UNDISCOVERED COUNTRY


O Império Klingon dispõe-se a conversar com a Federação para assinar tratado de paz; incidente envolvendo o capitão Kirk pode por tudo a perder.


O último longa-metragem para cinema da veterana turma do seriado da TV recupera o diretor do segundo episódio da série (Nicholas Meyer). O roteiro, co-escrito por Leonard Nimoy (Spock), traça um paralelo com o esfacelamento da União Soviética e dá boas dicas para a entrada, na ribalta, da Nova Geração.


Espetáculo divertido e repleto de curiosos efeitos especiais, como o sangue Klingon flutuando no espaço. Uma despedida digna de uma das séries mais importantes da história da TV.


O SHEIK (1921) - THE SHEIK


Ahmed, chefe árabe e galanteador, apaixona-se por lady inglesa. Sequestrada por uma tribo rival, a jovem obriga o Sheik a empreender uma tumultuada viagem através do deserto.


Veículo para o carisma de Rudolfo Valentino, um dos mais populares galãs de Hollywood. Latin Lover assumido, nascido na Itália, Valentino era sempre apresentado em ambientes exóticos e procurava conciliar histórias melodramáticas com gestos galantes e expressões exageradas.


Este filme não foge a regra; aliás, foi o filme que firmou seu mito. É uma aventura romântica que serve apenas para conferir o carisma do ator.


O HOMEM DE PALHA (1973) - THE WICKER MAN


Sargento da polícia escocesa recebe carta denunciando o desaparecimento de uma menina de 12 anos. Ao tentar localizá-la em pequena ilha, encontra estranha comunidade pagã.


Combinação original de filme de terror, história de mistério e assassinatos, estréia auspiciosa de seu diretor, Robin Hardy. Ele obtém uma combinação audaciosa do sexy com o profano, levando a um final chocante que continua mantendo seu impacto.


Roteiro eficiente (de Anthony Shaffer), fotografia bonita, explorando com riqueza a paisagem. Tudo muito bem misturado ao aspecto erótico, que jamais cai no vulgar e que é sustentado pela presença da sueca Britt Ekland. O lado satânico é garantido pelo vilão Christopher Lee.


sábado, 23 de junho de 2012

AMOR À QUEIMA-ROUPA (1993) - TRUE ROMANCE


Jovem apaixona-se por prostituta, mata seu cafetão e foge com ela de posse de um grande carregamento de cocaína.


Primeiro roteiro de Quentin Tarantino (Pulp Fiction), é uma bem-humorada e sanguinolenta brincadeira com os clichês do cinema.


Seu estilo é marcado por diálogos afiados, personagens unidimensionais e situações básicas, quase físicas. A chacina do final é antológica, e o elenco é de primeira (repare no diálogo entre Christopher Walken e Dennis Hopper). Pena que o estilo publicitário do diretor Tony Scott diluam um pouco o impacto da história.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

NADA É SAGRADO (1937) - NOTHING SACRED


Garota do interior finge estar mortalmente envenenada por radiação a fim de conhecer Nova York às custas de jornal que explore sua história. Mas a coisa se complica quando ela vira celebridade nacional e se apaixona por repórter.


Esta engraçada comédia traz uma boa oportunidade para se conhecer Carole Lombard, uma das melhores comediantes do cinema, que morreu em 1942 em um acidente de avião.


O roteiro de Ben Hecht é demolidor e não perdoa médicos, jornalistas e até o gosto do público por tragédias alheias. A produção de david O. Selznick, a correta direção de William Wellman (Beau Geste) e o elenco afinado garantem um bom divertimento.





quinta-feira, 21 de junho de 2012

SCARFACE (1983)


Ascensão e queda do exilado cubano Tony Montana (Al Pacino), que ao lado de seu  Manny Ray, consegue construir um império criminoso dentro da cidade de Miami. 


Montana é um desses personagens essenciais do moderno cinema americano, inspirador de inúmeros outros. Ele tem sido tão imitado que é difícil compreender como pareceu original em 1983, quando os personagens latinos eram raros, a cocaina ainda não era um clichê e as sequências do auge do tiroteio final ainda não eram triviais.


O filme adota o nome e uma parte da estrutura da história do famoso Scarface, a vergonha de uma nação (1932), de Howard Hawks, estrelado por Paul Muni e inspirado na vida de Al Capone. Ambos os filmes foram acusados de violentos, ambos tratam da ascensão e queda de um empreendedor criminoso, ambos os personagens são obcecados por suas irmãs e ambos morrem porque usaram o próprio produto: cocaína, no caso de Montana, e prostitutas, no caso do sifilítico Al Capone.


Porém, o filme do diretor Brian de Palma não é uma refilmagem no sentido convencional; parte de um conhecido arcabouço histórico, talvez contendo ecos de Macbeth, e usa-o para analisar um novo personagem em um novo terreno - a Flórida do início da década de 1980, depois do breve período em que Fidel Castro permitiu a emigração em larga escala de sua ilha, aproveitando a oportunidade para esvaziar as prisões cubanas.


Para Brian De Palma, o filme era uma mudança radical, longe de seus tradicionais jogos no estilo de Hitchcock com voyeurs, janelas e duplos de um só personagem. Hoje em dia, Scarface é considerado o auge de Brian De Palma, um tratado sobre a fragilidade das condições da masculinidade e da política do poder.



Para Al Pacino, o papel era a oportunidade de explorar um chefe do crime totalmente oposto a Michael Corleone de O poderoso chefão, de Coppola. Corleone é astuto e sereno, inteligente e ardiloso; Montana é instintivo, impulsivo e afobado. Pacino tem uma extraordinária diversidade de estilos e uma habilidade perfeita para evocá-los. Não existe "o desempenho Al Pacino", mas sim muitos diferentes. Ele interpreta Tony Montana com parâmetros operísticos, como um homem que deseja cada vez mais e acaba sendo morto pelos próprios excessos.


Na sequência final, ele está diante de uma montanha de cocaína sobre a escrivaninha e emrgulha o nariz como se tentasse aspirar a própria vida. Pacino interpreta boa parte desta cena com pó branco grudado no nariz. Este detalhe é frequentemente parodiado, porém trata-se de uma escolha de atuação correta, mostrando como aquele homem se tornou indiferente a tudo menos ao vício. 


Se em Scarface Pacino exagera, e de fato o faz, é porque o personagem assim exige: a vida de Tony Montana é um exagero permanente.


terça-feira, 19 de junho de 2012

O ESTRANHO MUNDO DE JACK (1993) - TIM BURTON'S THE NIGHTMARE BEFORE CHRISTMAS


Jack Skellington, cansado de organizar festas no Dia das Bruxas em sua cidade, descobre a terra do natal. Decide raptar Papai Noel e assim organizar a próxima festa de Natal.


Com argumento e co-produção de Tim Burton, este é um projeto pessoal que injeta sangue novo na arte de animação de bonecos.


Apesar de não inovar na técnica,a história, com pitadas góticas, trabalha com uma estética incomum e pode agradar crianças e adultos com sua trama simples e divertida. A trilha sonora é de Danny Elfman, colaborador habitual de Burton.


domingo, 17 de junho de 2012

CABARET (1972)


Berlim, no início dos anos 30, quando os nazistas começam a se firmar no poder. no Kit kat Club, atua uma cantora americana que sonha com um convite para trabalhar no cinema.


Este foi apenas o segundo filme de Bob Fosse (diretor, bailarino, coreógrafo e fenômeno da Broadway), e recebeu oito prêmios da Acadêmia, inclusive o de melhor direção. Cabaret foi provavelmente o único musical realmente grandioso feito na década de 70, apesar das profecias de que seria a "Primavera para Hitler" de Bob Fosse - "quem vai querer ver um musical com nazistas?".


Bob Fosse era um cínico, criado no vaudeville, tendo crescido em boates burlescas e dúbias. Ninguém mais poderia ter partido do musical de John Kander e Fred Ebb (baseado na peça de John Van Druten I'm a camera, por sua vez baseada em Adeus Berlim, de Christopher Isherwood) e lançado um olhar tão frio e brilhante sobre os pecadores sem alma que vagavam pela Berlim dos anos 30.


O sinistro apresentador Joel Grey é brilhante, mas, no final das contas, o filme pertence a Liza Minnelli, que trouxe uma energia nervosa e um certo desespero para agradar à sua Sally Bowles, com vitalidade febril e depravação fingida, dando calor e fragilidade a uma obra-prima e a melodias estonteantes.


VIAGEM AO MUNDO DOS SONHOS (1985) - EXPLORERS


Três garotos (Ethan Hawke, River Phoenix, Jason Presson) constroem, com lixo e sucata, nave espacial cujo projeto lhes foi revelado em sonho.


Filme encantador, com bons efeitos especiais (ILM) e trama inteligente, dirigido por Joe Dante, amigo e colaborador de Steven Spielberg.


A última parte é uma delirante e implacável sátira à comunicação de massa, especialmente a TV. Os adultos talvez se divirtam anda mais que as crianças. Phoenix ( que aqui faz o menino gênio) morreu em 93, por insuficiência cardíaca induzida pelo uso de drogas.