Pesquisar este blog

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA (1957) - 12 ANGRY MEN


Doze jurados devem decidir se um homem é culpado ou não de um assassinato. Onze têm plena certeza que ele é culpado, enquanto um não acredita em sua inocência, mas também não o acha culpado. Decidido a analisar novamente os fatos do caso, o jurado número 8 não deve enfrentar apenas as dificuldades de interpretação dos fatos para achar a inocência do réu, mas também a má vontade e os rancores dos outros jurados.


Quanto à forma, o filme do diretor Sidney Lumet  é um desses dramas de tribunal. Quanto ao objetivo, é uma violenta crítica às passagens da constituição americana que prometem aos réus um julgamento justo e a pressuposição de inocência.


A simplicidade é absoluta: além de uma breve introdução e de um epílogo ainda mais breve, o filme inteiro se desenrola em uma pequena sala de tribunal da cidade de Nova York, "no dia mais quente do ano", onde 12 homens debatem o destino de um jovem acusado de ter assassinado o pai. O filme não nos mostra o julgamento propriamente dito, exceto a preleção do juiz ao júri, superficial e quase enfadonha. Não se ouve o promotor nem o advogado de defesa e apenas indiretamente sabemos das provas, por meio da discussão dos jurados. 


A maioria dos filmes de tribunal julga necessário terminar com um veredicto bem definido. Porém, Doze homens e uma sentença em momento algum declara o réu inocente ou culpado. Ele apenas analisa se o júri tem alguma dúvida lógica quanto à culpa do réu.


Trata-se de um filme em que a tensão se origina do conflito de personalidades, do diálogo e da linguagem corporal, e não da ação; em que o réu só foi visto de relance, em uma única e breve tomada; em que a lógica, a emoção e o preconceito disputam o controle da situação. É uma obra-prima do realismo estilizado-em que o estilo se estabelece na maneira com que a fotografia e a edição sublinham a estrutura árida do conteúdo.


Realizado em 1957, quando eram comuns as luxuosas produções em Technicolor, Doze homens e uma sentença pareceu simples e pobre. Obteve críticas entusiásticas e uma página dupla na revista Life, mas decepcionou nas bilheterias. No entanto, com o passar dos anos conquistou eleitores, e em uma apuração realizada pelo Internet Movie Database, em 2002, ficou em vigésimo terceiro lugar entre os melhores filmes de todos os tempos. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário