A saga da famiglia de Don Vito Corleone, em constante conflito com as outras famiglias da Máfia pelo controle de vários negócios ilegais, nos EUA dos anos 40 e 50.
O filme é contado inteiramente dentro de um mundo fechado. Esta é a razão pela qual simpatizamos com os personagens que são essencialmente maquiavélicos. A história, escrita por Mario Puzo e pelo diretor Francis Ford Coppola, é um número de mágica brilhante, convidando-nos a refletir sobre a máfia à partir de seus próprios princípios.
Don Vito Corleone (Marlon Brando) é mostrado como um simpático e não menos admirável personagem; durante o filme inteiro, este vitalício criminoso profissional não toma qualquer decisão que dentro do contexto pudéssemos realmente desaprovar. Não vemos um inocente sendo vítima do crime organizado. Nenhuma vítima de roubo, de fraude, ou de esquadrões de proteção. O único policial com um papel importante é corrupto.
A cinematografia de Gordon Willis é celebrada pela atmosfera que consegue criar no meio de expressivas sombras; e o seu estilo lhe deu o apelido de "O príncipe das trevas". Coppola povoa os escuros espaços interiores com rostos notáveis. Aqueles que estão na linha de frente - Brando, Al Pacino, James Caan, Robert Duvall - são atraentes de uma forma ou de outra, mas os atores que interpretam seus associados foram escolhidos por seus rostos de linhas duras - por seus queixos proeminentes e olhos profundos.
É um trabalho magistral que merece sua reputação. Coppola estabeleceu boa parte das regras do jogo no cinema dos anos 70 com seu domínio técnico. As set pieces audaciosas, viscerais e pomposas são hoje uma lenda - a cabeça do cavalo na cama, a morte de Sonny, as cenas entrecortadas entre uma festa de casamento ensolarada no jardim e o séquito de Don Corleone dentro de casa e o inesquecível final com assassinatos sendo executados durante o batismo do novo Corleone.
Oscar de Filme, Roteiro e Ator (Marlon Brando, que se recusou a ir receber o prêmio).
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