Os imperdoáveis, de Clint Eastwood, se passa no momento em que o velho oeste se renovava. Pistoleiros profissionais se tornavam uma espécie tão ameaçada que os jornalistas os seguiam em busca de histórias. William Munny, "famoso ladrão e assassino", agora se sustenta criando porcos.
O durão William Munny, papel de Eastwood, é um assassino aposentado, purificado pelo amor de uma mulher honesta que morreu lhe deixando dois filhos para cuidar. Munny se une ao velho parceiro Ned ( Morgan Freeman ) para irem atrás de uma recompensa oferecida pelas mulheres de um bordel. A tarefa deles é vingar uma prostituta desfigurada à tapa na sombria cidade de Big Whiskey, onde o xerife Little Bill ( Gene Hackman ) permanece indiferente aos pedidos de justiça das mulheres.
Os desempenhos de Hackman e Freeman se destacam, mas há uma dicotomia interessante no de Eastwood. As frases devotas de Munny e sua autoproclamada perda do desejo de matar não soam completamente verdadeiras, e quando ele finalmente é incitado ao ódio, o resultado é aquilo que os fãs de Eastwood esperavam com antecipação inapropriada.. Ao final, Munny se torna um amálgama de todos os cavaleiros vingadores violentos que Eastwood apresentou ao longo dos anos.
Se Eastwood não fosse um astro, ainda assim figuraria como diretor importante, com obras no gênero faroeste, ação e comédia, e filmes excepcionais, como Bird ( 1988 ), a biografia do saxofonista Charlie Parker; a história de amor de As pontes de Madison ( 1995 ), e o maravilhoso Um mundo perfeito ( 1993)
que aparentemente trata de uma caçada a um prisioneiro fugitivo, mas parece estranhamente distanciado da caçada e mais preocupado com os valores e as histórias dos personagens. Este filme tem os elementos de um policial, mas a liberdade de um filme de arte. Os imperdoáveis também usa um gênero, o western, para estudar a natureza humana.
Esta é uma obra de arte à altura do que se espera de Eastwood, que empresta ao filme toda a compreensão de um gênero que ele manteve vivo, quase sozinho, durante as duas décadas em que ele ficou fora de moda. Terminado o filme, ele é dedicado " a Sérgio e Don " ), os falecidos mentores de Eastwood como diretor - Leone e Siegel. Eles teriam ficado orgulhosos.
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