Viver a vida é um relato episódico da breve existência de uma jovem prostituta e veio a ser a primeira obra-prima da maturidade de Jean-Luc Godard. Como acontece com a maior parte de sua obra é imensamente analítico e sensual.
As principais referências aqui são a rigorosa espiritualidade dos cineastas Carl Theodor Dreyer e Robert Bresson e o paraíso perdido do cinema mudo. Elas se unem de forma marcante na cena em que a heroína ( Anna Karina, esposa de Godard na época ) prevê seu próprio martírio durante a exibição do cléssico mudo de Dreyer, A paixão de Joana d'Arc.
O filme foi dividido em 12 capítulos e uma série de unidades formais distintas, inscritas pela câmera. Arranjados em padrões que se sobrepõem e aparentemente não fazem sentido, esses elementos abrem a narrativa a comentários justapostos sobre assuntos como o cinema comercial, o fardo da linguagem e a relação de Godard com a atriz principal, dona de um rosto tão marcante quanto aqueles das grandes estrelas do cinema mudo.
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