Nos anos 60, uma nova geração de cineastas espanhóis persuadiu Luis Buñuel a trabalhar na sua Espanha natal pela primeira vez depois de ter deixado o país em 1936. O projeto que ele imaginou era um drama irônico.
Viridiana ( Silvia Pinal ), nas vésperas de fazer os últimos votos para entrar em um convento, vivita o tio ( Fernando Rey ), um rico proprietário de terras. Excitado pela semelhança da moça com sua falecida esposa, ele planeja violá-la, mas desiste no último momento.
Tomado pelo remorso, se mata, transformando Viridiana em co-herdeira de suas propriedades, junto com seu cínico filho natural. Zelosa em seus esforços de melhorar o mundo à sua volta, Viridiana adota um monstruoso grupo de ladrões, mendigos e prostitutas e inevitavelmente suas boas intenções acabam em desastre e em seu próprio prejuízo.
As autoridades espanholas aprovaram o roteiro com algumas mudanças, mas não tiveram a oportunidade de ver o resultado final antes de sua estréia no Festival de Cannes de 1961. Apesar de premiado com a Palma de Ouro, o filme foi imediatamente proibido na Espanha, censura que perdurou por muitos anos.
Ao apurar o roteiro durante a produção, Buñuel demonstrou não ter perdido sua habilidade em chocar e ofender os intolerantes. Repleto de momentos de observação surrealista, Viridiana permanece como uma das mais perfeitas exposições das imperdoáveis loucuras da natureza humana e uma comédia da vida que não admite os limites da repressão.
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