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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O VAMPIRO ( 1932 ) - VAMPYR


A grandeza do primeiro filme sonoro de Carl Theodor Dreyer se deve em parte a sua abordagem do tema do vampiro através da sexualidade e do erotismo e em parte por sua muito peculiar estética onírica. No entanto, ela também está relacionada à remodelação radical da forma narrativa por parte do diretor.


Fazer uma sinopse do filme não significa apenas traí-lo, mas também deturpá-lo. Embora nunca seja menos do que hipnotizante, ele embaralha as convenções do estabelecimento do ponto de vista e continuidade e inventa uma linguagem própria. Algumas das sensações e imagens representadas por essa linguagem são verdadeiramente fantásticas: a longa viagem de um caixão do aparente ponto de vista de um cadáver; a dança de sombras fantasmagóricas dentro de um celeiro; a expressão do desejo carnal de uma vampira por sua frágil irmã; a misteriosa morte por asfixia de um médico cruel dentro de um moinho de trigo; e a prolongada seqüência de sonho que consegue imiscuir-se de forma sinistra na própria narrativa.


Como a maior parte dos demais longas sonoros de Dreyer, este filme foi um fracasso comercial quando lançado, tornando-se mais tarde uma espécie de referência para os gêneros terror e fantasia ( assim como para os filmes de arte ), embora nunca tenha se encaixado com comodidade ou definitivamente em nenhuma dessas categorias.



Se você nunca viu um filme de Dreyer e se pergunta por que muitos críticos o consideram talvez o maior de todos os cineastas, esta arrepiante fantasia de horror é o elemento perfeito para começar a entender.


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