O detetive particular Jake Gittes ( Jack Nicholson ) é contratado por misteriosa mulher e acaba se envolvendo em trama cada vez mais intrincada, envolvendo especulação imobiliária, corrupção e mortes.
Jake Gittes é mais elegante, bem-humorado e bem-sucedido do que o Philip Marlowe de Chandler ou o Sam Spade de Hammett. Jack é um ex-policial atormentado por alguma coisa que aconteceu no passado, quando era um policial no bairro chinês de Los Angeles - Chinatown. Isso é repetido sutilmente ao longo do filme, sugerindo que, por trás de seu aparente sucesso, há um fracasso terrível. Fica no ar, também, o prenúncio de um novo desastre que irá levar o filme de volta a Chinatown em seu clímax.
Foi a genialidade do diretor Roman Polanski que concedeu ao filme não apenas uma narrativa inteligente e intrincada mas uma visão grandiosa e perturbadora. Polanski tornou o roteiro, escrito por Robert Towne especialmente para seu amigo Jack Nicholson, mais duro, modificando, em particular, o final de Towne para chegar a uma conclusão amarga. Foi também o olhar de Polanski que colocou na tela a coleção de excêntricos, vítimas e canalhas ( inclusive o pequeno criminoso que corta o nariz de Jake, interpretado pelo próprio diretor ).
Chinatown, por ocasião de seu lançamento, foi visto como um filme neo-noir - a atualização de um gênero antigo. Agora que já se passaram muitos anos e a história do filme começa a ficar embaçada, parece que ele ficara encaixado facilmente junto aos noir originais. Isto é um elogio.
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