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segunda-feira, 26 de março de 2012

OS INCOMPREENDIDOS ( 1959 ) - LES QUATRE CENTS COUPS




O filme narra a história do jovem parisiense Antoine Doinel, um garoto de 14 anos que se rebela contra o autoritarismo na escola e o desprezo dos pais Gilberte e Julien Doinel. Rejeitado, Doinel passa a faltar as aulas para freqüentar cinemas ou brincar com os amigos, principalmente René. Com o passar do tempo, vivenciará algumas descobertas e cometerá pequenos delitos em busca de atenção até ser aprisionado em um reformatório, levado pelos próprios pais.


Filme de estréia de François Truffaut, Os incompreendidos, lhe rendeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes em 1959. Da noite para o dia, o jovem realizador estava no mapa da cultura cinematográfica mundial - e preparando o caminho para companheiros de nouvelle vague, como Jean-Luc Godard e Eric Rohmer, que já estavam envolvidos em seus próprios projetos de vanguarda.


Como outros cineastas da nouvelle vague, Truffaut cultivava suas principais idéias escrevendo artigos para a Cahiers du Cinema, a sofisticada revista de cinema editada por Andre Bazin - que muitas vezes incentivava os críticos da publicação a perseguirem suas convicções para além das questões estéticas e filosóficas que lhe interessavam pessoalmente. Truffaut era o colaborador mais agressivo do grupo, criticando ferozmente a "tradição de qualidade" do cinema francês enquanto formulava a politique  des auteurs que encarava diretores extremamente criativos como os principais autores de seus filmes.


Os incompreendidos está repleto desse espírito do cinema personalista que Truffaut louvava como crítico. O herói Antoine Doinel ( Jean-Pierre Léaud ), é uma versão ligeiramente ficcionalizada do próprio autor, e Truffaut revelou ter alimentado a intensidade da interpretação do ator de 15 anos de idade ao se unir a ele em uma conspiração pessoal contra o restante do elenco e da equipe. Este foi o início de uma longa colaboração entre o ator e o diretor; e eles voltaram a este personagem no curta Antoine e Collette, de 1962, e em mais três produções: Beijos proibidos, de 1968, Domicilio conjugal, de 1970, e O amor em fuga, de 1979. 







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