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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

2001, UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO ( 1968 ) - 2001, A SPACE ODISSEY


Um artefato de evidente origem extraterrestre detona e monitora estágios cruciais na jornada do homem, de macaco até explorador das estrelas. No alvorecer da idade do homem, um misterioso monólito é o catalisador de um salto evolucionário entre os primatas, de coletores e necrófagos a caçadores armados e assassinos. Milênios mais tarde, um monólito descoberto por geólogos em serviço na Lua emite alarmantes sinais de ondas curtas na direção de Júpiter. Uma expedição para investigar ( comandada de forma impassível por Keir O`Dullea e Gary Lockwood enquanto os especialistas dormem em animação suspensa ) é sabotada pelo computador da espaçonave, HAL ( dublado por Douglas Rain ). Bowman ( Dullea ), o astronauta, faz contato com outro monólito na órbita de Júpiter, atravessa com ele um portal "cheio de estrelas" através do tempo e do espaço, para envelhecer, morrer e renascer em uma nova fase da existência. Este é o resumo de um filme que desenvolveu sua reputação por ser difícil de compreender.


Com ampla repercussão, mas ainda único, friamente distanciado , obsessivo, pretensioso e para sempre fascinante. Certamente o filme desviou-se da intenção declarada de Kubrick de fazer um " bom e típico filme de ficção científica" á partir do intrigante conto "A sentinela"  de Arthur C. Clarke ( co-autor do roteiro ). O filme desafia as convenções do gênero e difere de qualquer outra obra de ficção científica feita anteriormente. Do ponto de vista atual, 2001 é inegavelmente incrível. Efeitos especiais revolucionários, que mereceram o Oscar (projetados pelo exigente Kubrick, supervisionados pelo pioneiro  Douglas Trumbull), oferecem uma admirável mistura de imaginação e ciência. Trabalho de mímica meticuloso e a melhor maquiagem disponível na época criam, no primeiro dos quatro atos do filme, a mais perfeira representação de macacos feitas por seres humanos já vista até então. A película está repleta de imagens inesquecíveis: o inesperado e atordoante corte de um osso empunhado por um homem-macaco e jogado para o alto até se transformar em um satélite; o alinhamento do Sol e da Lua diretamente na beirada do monolito, a valsa orbital na estação espacial e o pouso de uma nave espacial.


2001 é em vários aspectos um filme mudo. Há poucos diálogos que não pudessem ser indicados por uma tela de caracteres. Muitos dos diálogos existem somente para mostrar que as pessoas conversam entre sí, sem muitos envolvimentos ( esta é a verdade a respeito da conferência na estação espacial ). Não deixa de ser uma certa ironia que os melhores sentimentos provenham de HAL, quando apela por sua "vida" e entoa "Daisy".



O filme cria seus efeitos essencialmente sobre o visual e a música. É meditativo. Não mata a nossa fome, mas quer nos inspirar e nos engrandecer.Após 43 anos de sua produção, não se tornou obsoleto em qualquer detalhe importante, e embora alguns efeitos especiais sejam mais versáteis hoje em dia, o trabalho de Trumbull continua absolutamente convincente - talvez mais convincente do que efeitos mais sofisticados em filmes posteriores, pois parece mais plausível, e mais próximo de um filme documentário do que de elementos de uma história.


Somente poucos filmes são transcendentes e atuam sobre o nosso cérebro e a nossa imaginação como a música ou as orações, ou uma imensa paisagem desprezada. A maioria dos filmes trata de personagens com um objetivo em mente, e de como atingi-lo após ultrapassar as dificuldades, quer seja em forma de comédia, quer seja em forma de drama. 2001: Uma odisséia no espaço não trata de um objetivo, mas sim de uma indagação, uma necessidade. Não engancha seus efeitos em pontos específicos da trama, nem quer que nos identifiquemos com Dave Bowman ou com qualquer outro personagem. 2201 nos diz: transformamo-nos  em seres humanos quando aprendemos a pensar. Nossos cérebros nos deu instrumentos para entender onde vivemos e quem somos. Agora chegou a hora de dar o próximo passo, de saber que não vivemos não num planeta, mas entre as estrelas .

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