A nova versão de Werner Herzog para a adaptação do clássico de 1922 de F. W. Murnau é ao mesmo tempo um tributo comovente e um trabalho notável em si mesmo. O filme conta a história de Bram Stoker de forma compassada, quase hipnótica.
Jonathan Harker (Bruno Ganz) viaja pelos Cárpatos, preparando a transferência do melancólico Conde Drácula (Klaus Kinski), repugnante com sua cara de rato, de seu castelo para a próspera cidade de Bremen. Quando o barco aporta nas docas, o vampiro solta uma horda de ratos brancos que leva a peste à comunidade, causando muito mais mortes e devastação do que seus ataques.
Assim como no clássico de Murnau, a humanidade é representada pela heroína, Lucy (Isabelle Adjani), frágil como porcelana, cujo auto-sacrifício faz com que a ancestral criatura se demore para além do amanhecer.
Abrindo com trechos de filmes sobre múmias mexicanas e morcegos em câmera lenta, o filme de Herzog é simbólico, recriando as imagens famosas do vampiro com cara de rato, dedos longos e finos do filme original como o Drácula de Kinski, ligeiramente resmungão, auto-indulgente, mas ainda assim cruel.
Embora o Nosferatu original permaneça a versão mais assustadora de Drácula já filmada, esta recriação transformadora é certamente a mais mística e misteriosa.
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