A nova mulher de um aristocrata é perturbada de diversas formas por fatos relacionados à falecida primeira esposa do marido.
Rebecca é o primeiro filme americano de Hitchcock. Trabalhando com um grande orçamento, ele transformou a mansão Manderley ela mesma em um personagem - o que mais tarde serviria de inspiração para a imponente Xanadu de Cidadão Kane. A suntuosa propriedade à beira-mar é o cenário para o tenso romance entre Joan Fontaine e Laurence Olivier. Ele é um rico viúvo que corteja a inocente Fontaine: ela, por sua vez, jamais questiona a sorte em encontrar um homem tão bom.
Eles se casam depois de um namoro relâmpago, porém, à medida que o relacionamento se aprofunda, Fontaine é cada vez mais atormentada pelo espírito da esposa morta - Rebecca. será o fantasma apenas um delírio da sua imaginação, fruto de uma paranóia, ou alguma força mais nefasta em ação.
Rebecca marcou a promissora chegada de Hitchcock à America. Ironicamente, o filme derrotou no Oscar o último filme inglês do diretor, Correspondente estrangeiro. Aqui todos os seus traços autorais são usados a perfeição: temos a sombria e misteriosa história, as suspeitas mal contidas, o romance de conto de fadas condenado pelo passado invasivo e, é claro, a sensação crescente de traição.
No entanto, Rebecca carece do tom jocoso que é a marca registrada de Hitchcock e o filme não possui senso de humor. Esta falta de leveza pode ser creditada em grande parte à natureza ininterruptamente lúgubre e gótica do romance de Dahpne du Maurier. A inocente Fontaine é quase levada à loucura pelos segredos que se arrastam em Manderley, porém Hitchcock fica mais feliz em deixar a tensão crescer e crescer até o apavorante desfecho.
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