Mulher neurótica visita a irmã e o cunhado e acaba perturbando a vida do casal. Bem sucedida adaptação da peça de Tennessee Williams , com direção segura de Elia Kazan e elenco de peso.
Embora a peça mantivesse o foco exclusivamente no heroísmo desesperado e poético de Blanche Dubois (vivida no filme por Vivien Leigh ), o magnetismo grosseiro de Marlon Brando domina a tela. Da mesma forma que havia eletrizado as platéias nos palcos da Broadway em detrimento da Blanche de Jessica Tandy, quatro anos antes (numa produção também dirigida por Kazan). Até hoje, o naturalismo taciturno de Brando, sua sexualidade mundana e seus gritos de "Stellaaaa!" tornam quase impossível o trabalho dos atores que se aventuram no papel do bruto Stanley Kowalski depois dele.
Ironicamente, o filme venceu três dos quatro Oscar a que concorreu, incluindo um para Vivien Leigh, porém Brando perdeu a disputa para Humphrey Bogart (por Uma aventura na África). Não obstante, o impacto de Brando em Uma rua chamada pecado o colocou na vanguarda dos atores de cinema modernos, tornando-o o mais famoso e influente expoente do "método" do Actors Studio.
O filme é um cativante duelo entre a teatral Leigh, com seu estilo ferino, etéreo e clássico (que poderia ser chamado de determinado), e o explosivo e instintivo Brando, que são tão distintos em seus métodos de atuação quanto Blanche e Stanley o são em suas personalidades.
Kazan , que foi co-fundador do Actors Studio em 1947 e ainda era um nome de peso no teatro americano na época, mostrava pouco interesse nas possibilidades visuais da mídia, mas seu traquejo com atores fica muito claro aqui.
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