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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

ALIEN - O OITAVO PASSAGEIRO ( 1979 ) - ALIEN


No nível mais fundamental, Alien - O oitavo passageiro é um filme sobre coisas que podem surgir das trevas e matar. Compartilha de um certo parentesco com Tubarão, com Michael Myers em Halloween e com uma variedade de cobras, tarântulas e rastejadores. Sua influência mais óbvia é O monstro do Ártico ( 1951 ), de Howard Hawks, que também trata de uma equipe em um longínquo posto avançado, cujos membros descobrem um alienígena adormecido há muito tempo, levam-no para dentro e são destruídos um a um enquanto o monstro assombra os corredores do posto. Quando se assiste a esse filme, percebe-se o embrião de Alien.


Em outros aspectos, o filme de Ridley Scott é extramente original. A abertura baseia-se na genial cena de Guerra nas Estrelas ( 1977 ) com sua enorme nave no solitário espaço sideral, e se desvia da ópera espacial de Lucas para contar uma história no gênero da tradicional ficção científica "da pesada"; a história, com sua tripulação incluindo membros rudes e de motivação mercenária, se encaixaria bem no período realista de Astounding Science Fiction, de John W. Campbell, da década de 1940. Campbell adorava histórias em que engenheiros e cientistas ( e não jóqueis espaciais e atiradores munidos de pistolas de raios ) lidavam com o espaço celeste de maneira lógica.


Um dos grandes trunfos de Alien - O oitavo passageiro é seu rítmo. O filme não se apressa. Espera. Permite silêncios ( Jerry Goldsmith sublinha as grandiosas tomadas iniciais com um palavreado metálico, distante e quase inaudível . Sugere a enormidade da descoberta da tripulação construindo-a em pequenas etapas: a interceptação de um sinal ( seria uma advertência ou um SOS ? ); a incursão à superfície extraterrestre; a preocupação de Brett e Parker, preocupados apenas em receber suas cotas; o golpe de mestre da superfície escura por onde os membros da tripulação se movimentam, com as luzes dos capacetes quase sem conseguir  iluminar a neblina intensa; o contorno impreciso da nave alienígena; a visão do piloto alienígena congelado na cadeira de comando; o choque da descoberta no interior da nave. Uma versão dessa história hoje, de deslocaria depressa para a parte em que o alienígena salta sobre os membros da tripulação. Hoje, os filmes violentos, do gênero ficção científica e outros, são cem por cento barganha e zero construção.


Sigourney Weaver, cuja carreira durante anos esteve ligada a esse estranho monstro, é a única sobrevivente da tripulação original. Os produtores deviam ter esperança de uma continuação e, ao matar todos, menos uma mulher, apostaram a sorte da série em uma liderança feminina. Alguns anos mais tarde, o Variety observou que Weaver continuava sendo a única atriz capaz de "abrir" um filme de ação e, graças a sua versatilidade, poderia representar a difícil, competente e cruel Ripley e ainda se habilitar a muitos outros tipos de papéis. 


Weaver enfrenta sua batalha final apenas de camiseta e calcinha. Ela deveria terminar o filme nua, para enfatizar a fragilidade humana perante a máquina mortífera perfeita, mas a 20th Century Fox, ansiosa por evitar uma classificação "R" ( proibido para menores de 17 anos ) nos Estados Unidos, vetou a idéia.


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